terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Umbanda Verde: Fim de Ano


            Dezembro chegou e muitos de nós ficamos nos perguntando o que fizemos do ano, ou como passou tão rápido ou até planejando o próximo ano. E eu venho com duas perguntas simples. Feitas para estimular seu senso crítico e autocrítica. Pergunto não só como umbandista, mas como professora, educadora ambiental, mulher e ser vivente nesta esfera: O que você fez esse ano pela sua vida neste planeta? Como você trata o seu ambiente?
            A umbanda verde vem sempre propiciar novas ideias para antigos rituais de modo que não agridam ao meio ambiente e nem atinjam a essência dos Orixás. “A associação dos Orixás a determinados campos vibratórios da natureza tem suas razões, porque são seus reinos naturais e é por meio dos elementos formadores destes reinos que devemos procurar compreender suas atuações em nossas vidas”. 1
            O final do ano é a época em que se fazem várias oferendas para Iemanjá, portanto a preocupação com o impacto que essas oferendas podem causar não é só justa, como necessária. Todos nós sabemos que a casa, o reino de Iemanjá é o mar. Um santuário sagrado que tem na faixa de areia o seu culto, faixa de areia essa, que é a fronteira entre o terrestre e o marinho, entre o humano e o divino. Ao preparar nossas oferendas é importante pensar que tudo será levado ao mar e que então, devemos oferecer somente o que foi biodegradável ou oxibiodegradável. Cestas de jornal reaproveitado, ou de palha fina são boas opções, também flores naturais. Devemos ter a preocupação de não lançar ao mar os vidros de perfume, espelhos, nem maquiagem pois além de poluentes podem causar acidentes a banhistas ou morte a animais marinhos que ingerem essas embalagens acidentalmente. Uma boa dica é “deitar” o perfume sobre as flores e colocar os pedidos em papel fino sem adição de plástico.
            Lembrem-se que o plástico é um dos piores inimigos da vida marinha.
            “O mar é casa das algas azuis, que geram oxigênio continuamente; também é um viveiro que dá sustentação a todas as formas de vida marinha, assemelhando-se a um útero que gera vidas incessantemente.” 1
            Iemanjá é a força geradora de Olorum.
            Lembrem-se também que ocorreu um crime ambiental em nosso país, em Mariana, MG e o resíduo tóxico já chegou ao mar no estado do espírito Santo. Talvez você possa fazer doações de água para as cidades afetadas em nome de Iemanjá. Tenho certeza que a caridade da umbanda será muito bem recebida como oferenda para essa Orixá do Mar.
            Pense e repense.
Feliz Natal, que Oxalá esteja te iluminando.



Fonte: 1. SARACENI, Rubens. Fundamentos Doutrinários de Umbanda. São Paulo: Madras, 2012