Dezembro chegou e muitos de nós
ficamos nos perguntando o que fizemos do ano, ou como passou tão rápido ou até
planejando o próximo ano. E eu venho com duas perguntas simples. Feitas para
estimular seu senso crítico e autocrítica. Pergunto não só como umbandista, mas
como professora, educadora ambiental, mulher e ser vivente nesta esfera: O que
você fez esse ano pela sua vida neste planeta? Como você trata o seu ambiente?
A umbanda verde vem sempre propiciar
novas ideias para antigos rituais de modo que não agridam ao meio ambiente e
nem atinjam a essência dos Orixás. “A associação dos Orixás a determinados
campos vibratórios da natureza tem suas razões, porque são seus reinos naturais
e é por meio dos elementos formadores destes reinos que devemos procurar
compreender suas atuações em nossas vidas”. 1
O final do ano é a época em que se
fazem várias oferendas para Iemanjá, portanto a preocupação com o impacto que
essas oferendas podem causar não é só justa, como necessária. Todos nós sabemos
que a casa, o reino de Iemanjá é o mar. Um santuário sagrado que tem na faixa
de areia o seu culto, faixa de areia essa, que é a fronteira entre o terrestre
e o marinho, entre o humano e o divino. Ao preparar nossas oferendas é importante
pensar que tudo será levado ao mar e que então, devemos oferecer somente o que
foi biodegradável ou oxibiodegradável. Cestas de jornal reaproveitado, ou de
palha fina são boas opções, também flores naturais. Devemos ter a preocupação
de não lançar ao mar os vidros de perfume, espelhos, nem maquiagem pois além de
poluentes podem causar acidentes a banhistas ou morte a animais marinhos que
ingerem essas embalagens acidentalmente. Uma boa dica é “deitar” o perfume
sobre as flores e colocar os pedidos em papel fino sem adição de plástico.
Lembrem-se que o plástico é um dos
piores inimigos da vida marinha.
“O mar é casa das algas azuis, que
geram oxigênio continuamente; também é um viveiro que dá sustentação a todas as
formas de vida marinha, assemelhando-se a um útero que gera vidas
incessantemente.” 1
Iemanjá é a força geradora de
Olorum.
Lembrem-se também que ocorreu um
crime ambiental em nosso país, em Mariana, MG e o resíduo tóxico já chegou ao
mar no estado do espírito Santo. Talvez você possa fazer doações de água para
as cidades afetadas em nome de Iemanjá. Tenho certeza que a caridade da umbanda
será muito bem recebida como oferenda para essa Orixá do Mar.
Pense e repense.
Feliz
Natal, que Oxalá esteja te iluminando.
Fonte:
1. SARACENI, Rubens. Fundamentos Doutrinários de Umbanda. São Paulo: Madras,
2012
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