sábado, 4 de junho de 2016

O Cordel Estradeiro, de Cordel Do Fogo Encantado



A bença Manoel Chudu
O meu cordel estradeiro
Vem lhe pedir permissão
Pra se tornar verdadeiro

Pra se tornar mensageiro
Da força do teu trovão
E as asas da tanajura
Fazer voar o sertão

Meu moxotó coroado
De xiquexique facheiro
Onde a cascavel cochila
Na boca do cangaceiro

Eu também sou cangaceiro
E o meu cordel estradeiro
É cascavel poderosa
É chuva que cai maneira
Aguando a terra quente
Erguendo um véu de poeira
Deixando a tarde cheirosa

É planta que cobre o chão
Na primeira trovoada
A noite que desce fria
Depois da tarde molhada

É seca desesperada
Rasgando o bucho do chão

É inverno e é verão

É canção de lavadeira
Peixeira de Lampião
As luzes do vaga-lume
Alpendre de casarão
A cuia do velho cego
Terreiro de amarração
O ramo da rezadeira
O banzo de fim de feira
Janela de caminhão

Vocês que estão no palácio
Venham ouvir meu pobre pinho
Não tem o cheiro do vinho
Das uvas frescas do Lácio
Mas tem a cor de Inácio
Da serra da Catingueira
Um cantador de primeira
Que nunca foi numa escola*

Pois meu verso é feito a foice
Do cassaco cortar cana
Sendo de cima pra baixo
Tanto corta como espana
Sendo de baixo pra cima

Voa do cabo e se dana**

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Site recomendado

http://umbandamaeiemanja.wix.com/mirassolceumi


Comunhão com o Planeta


A Umbanda é uma religião que estabelece muitas ligações com o planeta e o cosmo através dos Orixás, sendo assim, é correto afirmar que a Umbanda comunga o sagrado com o natural. Porém, no dia a dia de umbandistas e também de outros religiosos que comungam com a natureza como o Candomblé, Wicca, Daime e outras, acabam esbarrando em inversões comerciais que, sem notar, degradam a natureza.
            Trata-se do uso de cristais, pedras, metais que são abundantemente retirados da terra e que não vão se regenerar. Precisamos nos atentar para o uso consciente destes produtos para que nossa religião não estimule este comércio. Tais produtos foram formados durante milhares de anos na formação do nosso planeta e não há como criar cristais, por exemplo, seria necessário um processo lento e longo, em baixa pressão e altas temperaturas. Hoje, isso não acontece mais. Assim como também é impossível produzir alumínio, cobre ou mesmo petróleo. Quando acabar, acabou!
            A terra, a árvore tem a mesma energia cósmica de um cristal. Você pode sentar-se sobre uma árvore ou pisar no chão de terra e comungar com seus Orixás do mesmo modo como carrega um cristal no pescoço, talvez comungue até de forma mais intensa pelos elementos ainda estarem ligados à terra.
            Precisamos ser menos consumistas, pensar mais no SER e menos no TER. Nossa religião é uma religião natural e devemos praticá-la causando o mínimo impacto possível em todos os sentidos, não somente quando fazemos uma oferenda e colocamos folhas naturais ao invés de tecidos, papéis e plásticos, mas também no nosso modo de vida, procurando produtos com menos agressão ambiental para consumir no dia-a-dia.
            Só temos um planeta Terra. Sagrado e cheio de energia. Basta saber aproveitar bem!


Saravá.

Kelly Cristina da Silva de Oliveira

Umbanda Verde: Início de Ano (postagem atrasada)

Janeiro de 2016, quem diria, chegou e nos pegamos fazendo planos pra coisas novas ou pra resolver velhos problemas. Lembrando que este ano é regido por Oxalá e Iemanjá e, portanto, ano de muitas mudanças, ano voltado para a fé e para a ação desta fé. Para começar o ano eu volto a fazer as duas perguntas que fiz no último mês de 2015: O que você fará esse ano pela sua vida neste planeta? Como você trata o seu ambiente? São perguntas simples, mas que trazem grandes reflexões e até grandes ações para aqueles que realmente praticam a umbanda em seus corações e ações. Volto a repetir e farei isso quantas vezes for necessário: a umbanda é religião de caridade extremamente ligada à natureza e jamais deve ser praticada prejudicando o meio ambiente.
            Janeiro é mês de Oxóssi, Orixá de fator expansor que atua sobre o raciocínio dos seres, que trabalha na irradiação do conhecimento junto com Obá. E os dois juntos são da onda geradora vegetal. Neste mês costuma-se fazer trabalhos e oferendas nas matas para Oxóssi, Obá e seus caboclos e venho contar uma história narrada por uma cambone de um acontecido em trabalho numa mata. Ela relatou que o Caboclo Folha Verde, já incorporado, abraçava as árvores e chorava, dizendo que as pessoas estavam destruindo tudo e que logo eles não teriam mais de onde tirar energia e que o mundo ia sofrer muito mais, ele não quis acender nenhuma vela, pois preferia plantar árvores. Se você ainda não se convenceu que os guias e Orixás não querem oferendas que poluam ou prejudiquem o ambiente de qualquer forma, Caboclo Folha Verde pode te orientar.
            Oferendas para Oxóssi ou pra qualquer Orixá feito em matas ou mesmo em encruzilhadas podem ser retirados ritualmente, sem prejudicar a energia do trabalho nem o ambiente em que se encontra. Consulte o seu Baba, ele deve conhecer rituais de retirada e recolhimento. “Precisamos nos lembrar que a Umbanda já é muito mal vista por causar “sujeira” em praias, esquinas ou matas, além de outros preconceitos que não vou abordar aqui. Podemos sim encontrar meios de deixar a Umbanda mais VERDE de verdade, combinando com a energia dos Orixás. Lembrando que as entidades não comem as comidas que oferecemos e sim se beneficiam das energias dos elementos que oferecemos. ” 1
            Para saudar 2016, Oxalá, Janeiro e Oxóssi porque você não planta uma árvore? Há dezenas de parques e praças, córregos e rios que precisam de mais verde. Será uma ótima oferenda.
            Feliz Ano Novo.
Kelly C. S. de Oliveira


Fonte: 1. http://umbandaeucurto.com/umbanda-eu-curto/2014/cotidiano/a-relacao-entre-natureza-oferendas-entregas-e-despachos/#.VovNS_krLIV