quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Como não ser Ministro da Educação

Sobre a declaração de Aloísio Mercadante:


“Mais profissionalização é a resposta do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, à análise de economistas de que falta qualidade ao ensino brasileiro e, sem isso, a economia do país não crescerá de forma sustentada.
A formação dos professores tem que se voltar para a prática, diz: "Se formássemos nossos médicos como formamos nossos professores, os pacientes morreriam".
O ministro critica o desempenho das universidades que preparam os docentes —"principalmente no setor privado"— e diz que o MEC vai exigir contrapartidas para repassar as verbas dos programas federais.
Mercadante afirma que há simpatia à ideia de incluir o ensino profissionalizante no currículo do ensino médio e propõe vincular o Pronatec, de formação técnica, ao EJA, antigo supletivo.
Defende a política de dar prêmios em dinheiro a escolas e professores que atingirem metas e acha que entregar a administração escolar a Organizações Sociais (entidades privadas sem fins lucrativos) pode dar bom resultado.
Não apoia, no entanto, a política de "charter schools", em que escolas privadas recebem do Estado para prestar o serviço da educação gratuita.”
Retirado do Site da Folha: http://m.folha.uol.com.br/mercado/2015/11/1712167-se-pais-formasse-medicos-como-professores-pacientes-morreriam-diz-mercadante.shtml?mobile


Tive que compartilhar pois nunca li algo tão desnecessário e até estúpido, vindo de um ministro da educação, isso é um tiro no pé ( estou parafraseando colegas da escola, pois discutimos isso hoje no HTPC). Já que o problema, ele diz, é a formação do professor, a culpa é dele. Não é mesmo Ministro da Educação? Não seria sua função proporcionar melhor formação para os professores?
Mas esse é só meu primeiro porém... Tem mais!
Esse ministro não me conhece, não conhece amigas minhas que são excelentes profissionais, que como eu, lutam dia após dia contra todos os problemas reais da educação. Esse ministro não conhece minha escola (sim, minha, pois trabalho lá há 16 anos) onde alunos superam dificuldades com a ajuda de seus professores.
Eu sou formada no CEFAM, em História e pós graduada em educação empreendedora. Como esse ministro pode ser referir a mim? É por causa de comentários desse tipo, vindo de um ministro, que os professores não tem valor nesse país. Se um ministro não forma bem seus professores e depois ainda os crítica, como vamos ter respeito e valorização? Como?
E comparar as profissões de professor e de médico é no mínimo ingênuo. O tratamento médico e a educação de uma criança são coisas totalmente diferentes. Com métodos e resultados diferentes.
E ele vem me falar de formação?
OK, vamos falar de formação. Formação de vereadores, deputados, senadores... De ministros, de presidentes... Ora, quanta hipocrisia heim senhor ministro?! Qual foi a última vez que o senhor esteve em sala de aula? Como está agindo perante os desmandos do governador do estado de São Paulo com essa farça de reorganização? Isso também é culpa da má formação? Da má formação de quem? Do governador?

Saiu na Folha, e isso não me dá grande credibilidade, mas eu não poderia deixar de perguntar a todos os meus amigos professores e a todos os meus antigos alunos: O que vocês acham disso?

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